sábado, 16 de abril de 2011

Aniversário do naufrágil do Titanic (Desastre Tecnológico), por Álisson Calixto


Na época seus operadores subestimaram a possibilidade de um desastre, não havia um plano de contingência testado/proporcional e ignoraram os avisos de perigo. No século XXI, isso ainda acontece? 
Prezados leitores, sem dúvida os desastres naturais são os maiores causadores de vítimas e tem maior apelo midiático, mas nunca é de mais lembrar, para fins doutrinários e até mesmo de alerta aos Operadores de Defesa Civil que o Desastres de origem Humana é subdividido em “tecnológico”, quando ocorrem devido ao uso de qualquer tecnologia, como meios de transporte, manuseio de produtos químicos perigosos, explosões de equipamentos e etc.

Os desastres relacionados com meios de transporte marítimo estão previsto com CODAR – HT.TMR / 21.204, para quem não lembra estamos falando da Codificação de Desastres, Ameaças e Riscos, utilizado pelo Sistema Nacional de Defesa Civil para documentar eventos adversos e assuntos relacionados a desastres.

Neste sentido esta postagem se dedica ao aniversário do naufrágil do Titanic, ocorrido na madrugada do dia 14 para 15 de abril de 1912, quando colidiu com um iceberg a cerca de 400 milhas de St. John (Cape Race, New Foundland) e distante aproximadamente 900 milhas do porto de New York.

Majestoso como os Titãs da mitologia grega. “Insubmergível”, diziam os jornais da época. Assim foi o lançamento do Titanic, em 10 de abril de 1912, quando o navio da companhia White Star Line realizou sua viagem inaugural de Southampton (Inglaterra) rumo à Nova Iorque. A previsão para alcançar a cidade americana era uma semana, no dia 17. Antes de rumar definitivamente para o outro lado do Atlântico, o Titanic aportou em Cherbourg, na França, e Queenstown, Irlanda, onde ainda embarcaram passageiros.

Considerado o símbolo da tecnologia do século XX, o Titanic batia todos os outros grandes barcos dos anos 20 com seu luxo e estrutura. Medindo 270 metros de comprimento, o navio tinha, entre outras coisas, campos de squash, piscina, sala escura para fotógrafos e elevadores. O famoso restaurante, chamado de 'Café Parisiense', era decorado ao estilo jacobino, com colunas douradas e objetos de prata finamente fabricados. O barco estava equipado, também, com o sistema Marconi, a mais nova forma de comunicação sem-fios da época.

O navio zarpou com 2.227 pessoas a bordo entre homens, mulheres e crianças, sob o comando do experiente capitão Edward J. Smith, que realizaria sua última viagem antes de se reformar. Os passageiros da terceira classe eram, na maioria, imigrantes que iam para a América em busca de uma chance de trabalho ou fugindo de um passado difícil em seus países.

Após a última parada em Queenstown, o navio seguiu viagem pelos mares do Atlântico. Para passar o tempo, alguns passageiros se divertiam dançando ao som da banda, outros faziam apostas sobre a data de chegada a Nova Iorque.

A viagem transcorreu calma durante os quatro dias. Mesmo recebendo avisos de outros navios sobre a existência de icebergs pelo caminho, o capitão Smith não se importou e dizia que o navio era grande demais para ser abatido por um iceberg. Ao contrário, a embarcação continuou navegando em sua velocidade máxima (40km/h) porque, além de ser chamado o mais luxuoso e indestrutível navio existente, os construtores queriam também que ele fosse considerado o mais rápido. Para tanto, deveria alcançar Nova Iorque em menos de uma semana, tempo previsto para a chegada.

Na noite do dia 14 de abril, o comandante Smith já tinha ido dormir e pedira ao 1º oficial, William Murdoch, que assumisse o seu posto e o avisasse de qualquer imprevisto que ocorresse. Por volta de 23h40, o sino do cesto dos vigias tocou três vezes, indicando que algo estava no caminho do Titanic. Murdoch conseguiu ver que surgia à frente do navio uma massa escura de gelo. A ordem foi que se virasse ao máximo a estibordo e se fizesse marcha à ré a toda potência. Entretanto, a medida não foi suficiente para evitar o encontro entre o barco e o iceberg. Parte da massa de gelo arranhou o casco da embarcação sob a linha de água, abrindo um rasgo com mais de 90 metros em seis compartimentos estaques da proa, que foram invadidos pela água.

Um dos construtores do Titanic, Thomas Andrews, que estava à bordo, calculou os estragos causados pelo choque e constatou que o navio tinha duas horas antes de afundar totalmente. Com a inclinação do navio, todos os compartimentos foram tomados pela água, tornando o naufrágio uma certeza matemática e inevitável. O capitão Smith ordenou aos radiotelegrafistas o envio de mensagens de socorro e iniciou os preparativos para que os passageiros abandonassem o navio nos barcos de salvamento. Entretanto, haviam apenas 20 botes que, em sua capacidade máxima, poderiam levar 1.178 pessoas. O número de barcos não foi maior porque os proprietários julgavam que colocar mais deles comprometeria a beleza e o conforto do Titanic.

O desespero de tentar se salvar fez com que os primeiros botes saíssem sem a sua capacidade total. Ao final, apenas 705 passageiros conseguiram se salvar. Às 2h20 da manhã do dia 15 de abril, o Titanic submergiu completamente. Os sobreviventes foram resgatados pelo navio Carpathia, da Cunard (que se transformaria na maior rival da White Star Line e a absorveria, tempos depois).

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