terça-feira, 26 de abril de 2011

Chuvas de abril voltam a castigar o Rio de Janeiro

Como no ano passado, o mês de abril voltou a dificultar a vida da população e causar estragos no Rio de Janeiro. A cidade viveu uma noite de caos devido às fortes chuvas que colocaram o município em estado de alerta por volta das 21h30 desta segunda-feira (25). Quatro deslizamentos de terra e 78 chamados foram registrados pela Defesa Civil em áreas de risco, mas sem vítimas. De acordo com a Prefeitura, foi o quinto maior índice pluviométrico desde que as medições tiveram início no Rio, em 1997.
A zona norte do Rio foi a área mais afetada pelas chuvas. Muitos alagamentos foram registrados na região da Baia de Guanabara, na Tijuca, e em Jacarepaguá. Segundo o prefeito Eduardo Paes, os alagamentos foram inevitáveis, já que o volume de chuva registrado, acima dos 200 mm, era esperado para os próximos 40 dias, porém caiu em apenas quatro horas.
- Havia previsão de chuva mais leve. Pelo radar meteorológico não vinha com uma intensidade grande, mas as características mudaram. Na zona oeste, por exemplo, foi registrado um índice baixíssimo. Na zona sul também não está chovendo muito. Mas na região da Tijuca choveu o equivalente ao valor médio previsto para 40 dias.
O prefeito disse que sirenes foram acionadas no morro dos Macacos, em Vila Isabel, e em nove comunidades que ficam no maciço da Tijuca (Borel, Formiga, Chacrinha, Cotia, Arrelia, Encontro, Santa Terezinha, Dona Francisca e Cachoeira Grande) e confirmou ainda quatro deslizamentos, todos sem vítimas.
- Houve deslizamentos no JK, Borel, Andaraí e Chacrinha, todos sem vítimas, o que mostra que o alarme que está sendo tocado tem que ser respeitado até que a prefeitura informe que não há mais riscos. (...) Pedimos atenção a todos que moram e têm conhecimento das áreas de risco, e que todos busquem os pontos de apoio.
Água deixa ruas intransitáveis
A população que não se encontrava em áreas de risco, mas que tentava se locomover pela cidade acabou sofrendo com os alagamentos de importantes vias, como a avenida Francisco Bicalho, um trecho da Linha Vermelha (ambos localizados na Leopoldina), a Radial Oeste e todo o entorno da Praça da Bandeira e do Maracanã. Muitas pessoas ficaram isoladas, sem conseguir deixar suas casas, o trabalho, ou mesmo os veículos do transporte público.
Eduardo Paes reconheceu os problemas e pediu “paciência” à população que tentava chegar em casa. O prefeito ainda revelou que o governo municipal possui um amplo plano para solucionar os alagamentos na região da Praça da Bandeira e do Maracanã.
- A Praça da Bandeira é um problema histórico. Vamos fazer uma obra grande, financiada pelo governo federal, mas que ainda não foi iniciada. O acúmulo de chuva, infelizmente, deixa a Praça da Bandeira intransitável e isso acaba gerando transtornos em vários pontos da cidade.
Por volta das 2h desta terça-feira (26), a chuva diminuiu de intensidade, melhorando o fluxo de veículos em alguns pontos do Rio. Às 4h30, Eduardo Paes deu uma nova entrevista coletiva no Centro de Operações Rio, na Cidade Nova, no centro da capital, em que adiantou que a autoestrada Grajaú-Jacarepaguá continuará totalmente interditada durante todo o dia, devido a deslizamento de uma pedra na via, em frente ao Morro da Árvore Seca.
Região serrana também enfrenta chuva
A situação na capital fluminense assustou moradores da região serrana no Estado do Rio de Janeiro, castigada em janeiro por fortes temporais que destruíram Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e outros municípios. Segundo a Defesa Civil, choveu durante a noite em algumas áreas da Serra, mas sem forte intensidade.
Há um ano, chuvas causaram morte de 168 em Niterói
O mês de abril costuma trazer muitas chuvas para o Estado do Rio de Janeiro. Há 20 dias, a tragédia do morro do Bumba, em Niterói, região metropolitana do Rio, completou um ano. Na ocasião, casas foram soterradas e 46 pessoas morreram. Em toda Niterói o saldo de mortos chegou a 168 pessoas, com 7.000 desabrigados.
Os governos federal e estadual gastaram R$ 35 milhões na reconstrução do morro do Bumba, mas a prefeitura ainda não fez o mapeamento das áreas de risco de deslizamento na cidade.

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