quinta-feira, 16 de junho de 2011

‘Inércia’ inviabiliza alerta de catástrofes na região de Bauru

O sinal de alerta disparou na região de Bauru em relação a riscos de desastres naturais devido à falta de iniciativa de algumas administrações municipais que ainda não tratam com seriedade a implantação de uma Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec).
Dos 39 municípios que integram a 7ª Região de Defesa Civil do Estado de São Paulo, somente 12 localidades (30%) - incluindo Bauru - têm uma Comdec atuante, segundo o major PM Rogério Gago, coordenador regional de Defesa Civil da região de Bauru e subcomandante do Corpo de Bombeiros de Bauru. Segundo ele, há dois anos a adesão era de apenas 20%.
A constatação do major pode ser medida pelo resultado pífio de um simples preenchimento de questionário sobre informe de pontos de risco e características da cidade.
Gago relata que, de 20 representantes de municípios, apenas 10 entregaram o documento solicitado em um encontro de estímulo à alimentação de informações do Centro Integrado de Alerta de Desastres Naturais (Ciaden). O sistema foi implantado em Cabrália Paulista com o objetivo de emitir alertas de catástrofes para as 39 localidades da região.
“Isso mostra que as prefeituras não estão preocupadas com a fase preventiva. Depois que aconteceu o desastre, elas vão pedir recursos (ao governo estadual) para cesta básica, agasalhos, colchões e dinheiro para reconstrução de pontes, galerias e tudo mais”, ressalta.
Para tentar mudar essa situação, a Coordenadoria de Defesa Civil do Estado de São Paulo promove entre ontem e hoje mais uma edição do Seminário Regional de Defesa Civil. O momento é oportuno para debater desastres naturais após a morte do jovem Rafael Franco Zontini, 24 anos, afogado em mais uma inundação da avenida Nações Unidas, no Centro de Bauru, no final de novembro último.
Estímulo
Segundo o major, já foram feitas inúmeras reuniões no Ciaden para motivar as cidades a fornecer os dados indispensáveis para que sejam monitoradas e recebam as informações para mobilização contra catástrofes, como enchentes.
O coordenador regional de Defesa Civil não tem dúvida de que, com Comdecs atuantes, os eventuais danos podem ser minimizados. O coordenador faz um apelo a prefeitos para que se conscientizem de que não é necessário investir recursos do caixa do município. 
O secretário-chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Defesa Civil, coronel PM Admir Gervásio Moreira, cobrou a adesão das prefeituras ontem, em sua passagem por Bauru. 
De acordo com Gago, basta um grupo de funcionários da própria administração municipal com o cargo de coordenador municipal de Defesa Civil para levantar as áreas de risco e também trabalhar nas campanhas de prevenção.
“Cada poder público precisa ter a consciência de desenvolver políticas públicas para melhorar essa situação”, define. 
“O Estado não pode arcar com todos os compromissos de defesa civil do próprio município. As políticas públicas do município têm que desenvolver esse trabalho, inicialmente”, acrescenta.
Na abertura do Seminário Regional de Defesa Civil, ontem em Bauru, Moreira estimulou prefeitos e representantes de cidades para um trabalho conjunto. Salientou que não é necessário iniciar com uma grande estrutura.

Fonte:http://www.jcnet.com.br/detalhe_geral.php?codigo=209651

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