O vigia Carlos Henrique da Silva, morava na Imbiribeira, mas agora tem um endereço novo. Ele e a família invadiram o apartamento 01 do bloco 5 do condomínio Vivenda Rio Doce. “Eu vivia em condições precárias, pagando aluguel. Junto com o MLB, encontramos a oportunidade de estar aqui. Hoje, o que sinto mais falta é nossos móveis, para que a gente possa fazer uma alimentação digna, para nossos filhos, minha esposa”, diz o vigia.
O condomínio foi construído em 1998. São 192 apartamentos divididos em 12 blocos. O financiamento foi feito em 25 anos pela Caixa Econômica Federal. Em 2002, os prédios foram condenados pela Defesa Civil de Olinda e os moradores tiveram que desocupar os apartamentos. No dia 12 de junho deste ano, 150 famílias, organizadas pelo Movimento de Libertação dos Bairros (MLB), ocuparam nove blocos.
As rachaduras são visíveis. A estrutura, condenada, continua em pé, mas é impossível prever por quanto tempo. Nesta terça, os invasores começaram a encher as caixas d'água, que estavam vazias. São dez mil litros – um peso que vai se concentrar no último andar de cada prédio.
A reportagem procurou os responsáveis pela Defesa Civil de Olinda, mas eles preferiram não gravar entrevista. Em nota, explicaram que técnicos fizeram uma vistoria e recomendaram a interdição os blocos por causa de problemas na estrutura. A nota também diz que a recuperação estrutural dos prédios e a retirada dos ocupantes não são de responsabilidade da Prefeitura.A Caixa Seguros informou que espera uma decisão da Justiça para saber se o condomínio vai permanecer interditado e também se será reformado ou demolido.
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