quarta-feira, 20 de julho de 2011

Defesa civil interdita prédio com risco de desabar e duas casas vizinhas (PE)

A Defesa Civil de Olinda interditou, na manhã desta quarta-feira (20), mais um prédio-caixão, com alto risco de desabamento, no bairro Jardim Fragoso, o mesmo onde outros prédios do mesmo tipo caíram nos últimos anos. O Edifício Ana Amélia, localizado na Rua Eduardo Morais, foi bastante castigado pelas chuvas e, em apenas trinta dias, passou a apresentar grandes rachaduras e rompimentos na laje. Além do imóvel, duas casas vizinhas à construção também foram interditadas, por conta do risco de serem atingidas em caso de desabamento.
O problema foi agravado no último domingo, quando o pilar de sustentação da caixa d’água do prédio, mantida no telhado, ruiu. Com o impacto, o piso afundou, impedindo que as portas, grades e janelas dos 12 apartamentos do prédio de 3 andares pudessem ser abertas. “Foi um estrondo grande, por volta das 19h. Achávamos que era o prédio caindo. Ainda assim, fiquei em casa, até ontem, porque das duas vezes que a Defesa Civil esteve no prédio, nos últimos trinta dias, disseram que não havia risco algum”, afirmou o divulgador universitário Benjamin Ribeiro, de 52 anos, que vivia no edifício há três.
Moradora do térreo, a empresária Alessandra Cruz, de 30 anos, foi uma das primeiras a perceber os problemas estruturais do Ana Amélia. Os sinais começaram pelas portas emperrando, o que foi atribuído à frieza da época. “Depois, tudo começou a emperrar e entortar no prédio inteiro. As paredes racharam e as famílias foram deixando as casas. Depois que restavam apenas quatro apartamentos ocupados, ainda roubaram um carro do estacionamento, aí não deu mais para ficar. Hoje, as portas nem abrem”, disse, ainda com medo.
O drama de um edifício praticamente condenado acaba afetando também quem nem mora em um dos apartamentos. O técnico em química Bione Thorpe, de 41 anos, mora na Rua Carlos Pena Filho, numa requintada casa atrás do Edificio Ana Amélia e foi surpreendido com a notificação que deveria deixar a própria residência. "A Defesa Civil avisou que o prédio poderia cair em cima da minha casa. O que vou fazer? Tenho que ir para casa de parentes e pensar em uma forma de conseguir ressarcimento. Não tenho outra opção", afirma. O problema é o mesmo enfrentado pela artesã Claudia Dantas, de 43 anos, que mora ao lado do Ana Amélia. "Já vínhamos observando o problema nas últimas semanas. Minha filha, que tem o quarto mais próximo do prédio, passou a dormir com o irmão e a gente evita esse lado da casa. Agora temos que sair. É melhor do que viver como meu marido alerta: ′Qualquer estralo, corram todos′", lamenta.
De acordo com o presidente da Defesa Civil de Olinda, Paulo Brito, um laudo do órgão será emitido à Prefeitura sobre a situação do edifício, que já se encontra isolado. Duas amostras do solo foram colhidas por engenheiros da Construtora Elo, que apresentam laudo definitivo da área na próxima sexta-feira (22). “O prédio só foi interditado agora, porque há indícios para isso. Há um mês, os profissionais encontraram apenas fissuras pequenas no imóvel, patologias que evoluíram bastante em pouco tempo. Ainda assim, acreditamos que há condição de recuperação”, conclui. 


Fonte:http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20110720140659&assunto=124&onde=VidaUrbana


Região de Jardim Fragoso tem histórico de desabamentos
A região do bairro de Jardim Fragoso, em Olinda, tem um histórico de tragédias com edifícios residenciais. Na madrugada de 12 de novembro de 1999, o edifício Éricka, localizado no bairro, veio abaixo, matando quatro pessoas e ferindo outras 11. O prédio, de três andares, tinha oito apartamentos, todos ocupados, e nunca havia apresentado sinais como rachaduras ou outros tipos de falhas na construção. Pouco mais d um mês depois, no mesmo ano, na tarde de 27 de dezembro de 1999, todo o bloco B do Conjunto Residencial Enseada de Serrambi, localizado no bairro vizinho de Bairro Novo, desabou, deixando sete mortos e 11 feridos. O prédio tinha quatro andares e oito apartamentos.

Fonte:http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/grande-recife/noticia/2011/07/20/regiao-de-jardim-fragoso-tem-historico-de-desabamentos-284681.php

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