segunda-feira, 11 de julho de 2011

Após tragédia, cidades serranas querem “importar” sistema de alerta em favelas


Para tentar evitar uma nova tragédia das chuvas, como a que matou mais de 900 pessoas em janeiro deste ano, as cidades da região serrana do Rio de Janeiro investem em sistemas de alerta para risco de novos deslizamentos. As prefeituras de Nova Friburgo e Petrópolis se interessaram pela experiência carioca do uso de sirenes em comunidades da capital fluminense.
Pelo sistema, as sirenes tocam quando a chuva atinge o nível de 40 milímetros por hora. Os moradores são alertados inicialmente sobre a possibilidade de chuva forte e, se necessário, são orientados a sair imediatamente. As mensagens são disparadas a cada dois minutos de forma contínua até que o risco acabe.
O subsecretário de Defesa Civil de Nova Friburgo, coronel Roberto Robadey, afirmou que estuda a implantação do sistema nas 130 áreas de risco mapeadas no município. Segundo ele, o projeto complementará o trabalho de monitoramento dos níveis dos rios que já é feito na cidade desde fevereiro passado.
- Quando há risco de inundação, nós comunicamos a população por meio de avisos nas emissoras de rádios e pedimos às emissoras de TV locais que coloquem um selo de cor vermelha no canto esquerdo da tela. 
O secretário estadual de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, afirma que há um estudo em andamento para levantar as possibilidades de implantação do sistema de sirenes nas cidades da região serrana. Mas, segundo ele, ainda não há um prazo definido para a instalação.

Vigilantes da chuva
Enquanto o projeto das sirenes não chega a Petrópolis, a prefeitura já instalou nas áreas de risco 20 estações meteorológicas que medem a velocidade dos ventos, a intensidade das chuvas e os níveis dos rios.
Além disso, a prefeitura já investiu R$ 119 mil em compras de radioamadores. De acordo com o coordenador de Ações Emergenciais de Petrópolis, os equipamentos serão instalados nos locais com risco de deslizamentos para facilitar a comunicação entre os moradores e a Defesa Civil em caso de novas inundações.
- Como as comunicações por telefone fixo e celular foram interrompidas na época da tragédia em janeiro, os radioamadores tiveram papel fundamental para ajudar nos resgates em áreas isoladas.
Os moradores de Petrópolis também estão aprendendo a monitorar a possibilidade de novos deslizamentos. Conhecidos como vigilantes da chuva, voluntários instalam pluviômetros (aparelhos que medem a quantidade de chuva que cai em mililitros) feitos de garrafas PET no quintal de casa.
O agricultor Mário Nóbrega, de 38 anos, mora às margens do rio Santo Antônio, no Vale do Cuiabá, no distrito de Itaipava, e é um dos vigilantes da chuva. Ele está sempre de olho no seu pluviômetro de garrafa PET. 
- Cada um tem que fazer a sua parte. Não é só tarefa da prefeitura cuidar disso. Perdi amigos na enchente e não quero que isso volte a acontecer.


Fonte:http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/apos-tragedia-cidades-serranas-querem-importar-sistema-de-alerta-em-favelas-20110709.html

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